Meu primeiro contato com a cozinha profissional foi no serviço de uma padaria.
Alguns finais de semana, trabalhei na padaria artesanal da tia avó da minha filha. Um lugar realmente charmoso que serve café da manhã. Adorava vestir aquele avental preto de uniforme, prender bem o cabelo no lenço e montar as mesas com aquela porcelana rústica e colorida. Esquecia o mundo quando arrumava a manteiga naqueles potinhos individuais para as mesas, varria as folhas do jardim, ou escutava o barulho forte daquele espremedor, enquanto preparava o suco de laranja fresquinho, único suco servido na casa. O serviço costumava ser tranquilo, mas sempre sentia um friozinho na barriga quando chegavam os clientes e os acomodava em uma das mesinhas que preparei.
De dentro da cozinha, eu observava a movimentação do salão, os copos de suco esvaziando, os potinhos de manteiga e as cestas de pão que iam desaparecendo das mesas e voltando para cozinha se equilibrando nas bandejas. Era gostoso repor tudo. Muito diferente de preparar meu próprio café da manhã, servir os clientes me satisfazia de um jeito novo e assim que tirava o avental, já estava ansiosa pelo próximo fim de semana.